Escrito por Rebeca Ângelis
Gagueira, respiração errada, troca de palavras, tom errado da voz. Quem nunca passou por algumas dessas circunstâncias, devido ao nervosismo de falar em público?
Situações como essas são bastante frequentes e ter um bom desempenho em relação à comunicação é primordial na sociedade, para que haja o entendimento da mensagem que se deseja emitir.
A voz protagoniza todo o contato com os meios sociais. É ela quem chega primeiro. E para a boa compreensão, é preciso ter objetividade clareza, além de uma boa dicção.
Em homenagem ao Dia da Fonoaudiologia, comemorado neste sábado (9), elaboramos 6 exercícios, com a ajuda da Fonoaudióloga, Gertiane Dias, que podem auxiliar a ter mais confiança ao falar em público. Confira!
1- Alongamentos faciais
Existem alguns exercícios que podem auxiliar a evitar possíveis problemas na hora de falar em público. Gertiane explica que alongar e estimular o movimento da face auxilia tanto na hora de entonação da voz, ao falar, quanto no processo de mastigação.
Exercício: abrir e fechar a boca, mesmo falando, com o intuito de esticar o máximo possível. Nessa prática os movimentos envolvem a boca, língua, bem como a mandídula. Com apenas 30 minutos do dia, você pode articular e estimular essa flexibilidade fazendo leituras. Com o tempo, as pronúncias sairão com mais fluidez.
2-Treine antes o que irá falar
De acordo com a fonoaudióloga, uma das maneiras estratégicas que podem driblar a gagueira é pensar previamente o que vai ser dito.
Exercício: se a gagueira ocorrer em situação de nervosismo, pode ser controlada com a memorização do que vai ser dito e domínio do assunto.Dessa forma, a pessoa sente-se segura e não tropeça nos erros. Ensaiar sozinho ou na presença de pessoas conhecidas pode ajudar a dissipar a gagueira e o nervosismo.
3- Trabalhe a entonação da voz 
Muitas vezes, na hora da fala, a voz foge ou até sai em tons variados. Para evitar que isso não ocorra, podem ser realizadas técnicas de para o relaxamento da voz.
Exercício: apoiando dois dedos (polegar e indicador) sobre o nariz, sem pressionar as narinas com força, imite o som de uma abelha (“hummmmm”). Durante essa atividade, a pessoa deve manter a boca fechada e permanecer fazendo por um minuto. Pequenas pausas podem ser feitas, com intervalos de 30 segundos, repetindo a ação por mais 3 vezes.
4- Se divirta com os trava-línguas
Com a dificuldade na hora de falar, muitas vezes, torna-se comum a pronúncia incorreta das palavras. A ortofonia estuda este tipo de problema e auxilia na linguística, visando a pronúncia correta de frases e palavras.
Exercício: existem técnicas que ajudam na articulação, bem como nos músculos faciais que promovem a saída da voz. Entre elas está a de ler em voz altas frases de trava-línguas, aumentando o ritmo gradativamente:
-O rato roeu a roupa do rei de roma
-O peito de Pedro é preto. Quem disser que o peito de Pedro não é preto, tem o peito mais preto que o peito de Pedro.
-Joana, a joaninha, enjoada de jantar jiló, jaca e berinjela; resolveu dar um jeito, foi falar com Juca e pediu sua sugestão. Juca, muito jeitoso, sugeriu ligeirinho: que tal jambo e jabá?
-Três pratos de trigo para três tigres tristes
- O rato, ratazana, o ratinho, roeram as rútilas roupas e rasgaram as ricas rendas da rainha dona Urraca de Bombarral.
Outra forma de exercitar a pronúncia é dizer as frases, segurando um lápis ou caneta com a boca, para exercitar ainda mais a desenvoltura dos movimentos da fala.
5- Pratique a pronúncia das sílabas
Abreviar as sílabas é constante e característico de quem faz um discurso inseguro. Para essas ocasiões, a fonoaudióloga Gertiane explica que é possível evitar os atropelos das palavras com treino de sílabas.
Exercício: as sílabas devem ser faladas de forma desenvolta e no tom alto, em exemplos como:
- PRA – TRA – CA – CHA – NHÁ – LHA – GUA – QUA (substituindo a vogal “A” por todas as 4 restantes)
-MUA – MUÉ – MUE – MUI – MUÓ – MUO – MUU;
-AS – ES – ÊS – IS – OS – ÔS – US (buscando sempre a redução do chiado).
6- Busque respirar corretamente
Nada pode funcionar corretamente se sua respiração acontece no ritmo errado. Gertiane explica que a saída dos fonemas também interliga-se as vias aéreas, incluindo passagem de ar pelas cordas vocais. Para isso, deve-se estimular o processo contínuo e correto do diafragma.
Exercício: Para a elevação correta do diafragma, deve-se deitar com os pés levemente afastados, colocar uma mão sobre o peito e a outra em baixo das costelas, Inspirando e expirando profundamente. Essa prática busca em fazer com que a mão posicionada abaixo da costela seja elevada mais do que a mão de cima durante a respiração.
Em pé, também o diafragma pode ser estimulado com a respiração profunda, inflando o máximo e soltando com o som da letra “F”, lenta e continuamente.
Mas fique atento!
A fonoaudióloga Gertiane Dias ressalta que, se mesmo depois desses exercícios básicos, problemas na fala ainda persistam, a pessoa deve procurar um especialista para um tratamento com técnicas e objetivos mais específicos. De acordo com o tipo do problema, a fonoaudiologia pode ajudar em segmentos como: audiologia (funções auditivas), motricidade orofacial (funções orais ), voz, linguagem (troca de fonemas e e dificuldade na fala) e disfagia (alteração da deglutição).
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