Escrito por Rebeca Ângelis
Descobrir fenômenos biológicos, aspectos elétricos, gravitacionais, magnéticos e até mesmo nucleares. Essas são as grandes façanhas que a Biofísica estuda e amplia consideravelmente a visão da ciência com um leque de explicações, em torno do funcionamento dos seres vivos.
De maneira geral, a biofísica consiste em uma ciência que analisa como determinados aspectos interagem como ser vivo que ocupa lugar no espaço e tem energias transformadas, de acordo com a maneira que interage com o meio ambiente.
Por ser considerada interdisciplinar, a Biofísica se insere em estudos relacionados a várias outras ciências, de modo que todas consigam entender o ser vivo no espaço, com relação à energia e meio que ele interage e tem retorno.
Bioquímica na Farmácia
Na farmácia, por exemplo, os estudos se interligam e facilitam no entendimento de estímulos biológicos que acontecem no interior do organismo, no interior e fora das células. Fator que auxilia diretamente na função do farmacêutico em entender as reações dos fármacos quanto ao uso racional do medicamento, criação e aplicação, dosagem de tóxicos, estudos bioquímicos, toxicológicos, análise biológica, desenvolvimento celular, entre outros.
Pensando nisso, com a ajuda da professora de Farmacologia da UNAMA, Joice Lima, elaboramos 4 principais descobertas e seus devidos inventores, que auxiliam até hoje na evolução dos estudos na área de farmácia e em várias outros segmentos da saúde, confira.
Estrutura do DNA 
Considerada a dupla hélice mais conhecida entre as demais moléculas biológicas, o Ácido Desoxirribonucléico (DNA), teve sua estrutura descoberta, em março de 1973, através de análises dos estudiosos James Watson e Francis Crick, em um laboratório na Inglaterra. A descoberta da dupla hélice deu novos rumos à ciência, bem como novos estudos aprofundados, como até o mais recente que envolve a possibilidade de reprodução por clonagem.
A professora esclarece que a descoberta do DNA é importante para saber como os medicamentos auxiliam e reagem no organismo, como as mutações se relacionam às doenças no organismo, e até como acontece a evolução dos vírus.
Impulsos Nervosos
Sensações, percepções, pensamentos, desejos. Fatores como esses citados, nascem do cérebro e refletem em nossas reações. Esses estímulos, definidos como impulsos nervosos, foram descobertos acidentalmente por um professor de Anatomia, Luigi Galvani. Tudo aconteceu quando ele notou que uma corrente elétrica liberada de uma garrafa de Leyden (instrumento utilizado na época para armazenar eletricidade estática) causava a contração muscular da pata de uma rã dissecada.
Depois de análises, ele publicou sua pesquisa em 1791, concluindo que o corpo dos animais era capaz de produzir e armazenar um tipo de fluido elétrico que era responsável pela contração muscular. Com sua descoberta, a análise de fármacos e mecanismos relacionados à esses estímulos foram importantes para novos métodos e medicações.
Na prática, a professora explica que descoberta dos impulsos nervosos se associa a vários outros mecanismos. É graças a essa descoberta que é possível compreender como são liberadas sensações como medo, por meio de substâncias que são liberadas em vários momentos, bem como na liberação de substâncias que regulam o metabolismo do organismo.
Bioeletricidade
Definida como fenômenos elétrico, magnético ou eletromagnético que ocorrem nos organismos dos seres vivos, a bioeletricidade foi descoberta, também no século XIII, pelo médico e físico italiano, Luigi Galvani. À época, com o mesmo estudo da rã, o estudioso não reconheceu a identidade entre a eletricidade estática e denominou a descoberta de "eletricidade animal" como causa para o fenômeno.
Outros estudos de seus contemporâneos revelaram que a "eletricidade animal", para Galvani produzida pela própria musculatura da rã, mesmo depois de morta, tratava-se de um processo natural inerente a todo e qualquer sistema material, explicados por meio da interação eletrônica, átomos, moléculas ou íons.
Esses fatores auxiliam a entender como os fármacos atuam nas ligações de canais inotrópicos e medicamentos anestésicos, barbitúricos e benzodiazepínicos, por exemplo, podem atuar com eficácia.
Sinapses 
Por meio de estudos da farmacologia, em 1914, Henry Hallet Dale fez análises de ações do tecido cardíaco e descobriu a acetilcolina (ACH), como um neurotransmissor. Outros estudiosos como William Maddock Bavliss, Ernest Henrye T.R. Elliot também descobriram a adrenalina como um hormônio simpaticomimético e neurotransmissor. Anos depois, o professor de fisiologia, Otto Loewi, confirmou as descobertas da existência de transmissão química no Sistema Nervoso Autônomo.
Entre as variadas razões que esse estudo auxilia, Joice destaca sobre a possibilidades de descobrir transmissores e substâncias que regulam outras e faz o controle de lipídios (gordura), etc.
Além da farmácia, o estudos das sinapses é diretamente ligado ao entendimento de áreas como medicina, fisioterapia, biologia, física e outras mais.
Joice salienta que a biofísica e farmácia se interligam o tempo todo e se aprofundar na área é importante, desde sua essência para futuras descobertas. “Para que a gente identifique o alvo é preciso saber como funciona. E para saber com funciona, deve-se entender o metabolismo, propagação, como acontece interação. Mas antes mesmo de se trabalhar com a parte química ou qualquer estrutura, é preciso entender da biofísica todo o processo de funcionamento do organismo.”, finaliza ressaltando que todos os fármacos que existem e até os próximos a existirem, se devem à essas grandes descobertas.
E você? Gostou mais de qual descoberta? Conta para a gente! Conheça também o curso de Farmácia da UNAMA.
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