Entender como as práticas ambientais são desenvolvidas no contexto da indústria hoteleira, na Amazônia, foi a principal motivação do pesquisador Felipe Araújo, do Programa Doutorado em Administração da UNAMA-Universidade da Amazônia. O estudo que começou em Belém está quebrando fronteiras e já mostra os primeiros resultados no Strategic Management Latin America, congresso internacional que discute gestão estratégica, realizado em São Paulo. A pesquisa revela que, na maioria dos casos, a necessidade de investimentos cria uma barreira para a implantação dessas práticas na região.
A pesquisa utilizou um estudo de casos múltiplos, entrevistando 11 gerentes de cinco hotéis. O fato de os hotéis estarem na região amazônica não parece influenciar a inclinação por práticas ambientais, segundo o doutorando. “As práticas mais utilizadas são as que focam na redução de custos. Os gestores justificam essa dificuldade do nosso mercado de hotelaria em implantar práticas ambientais por ser prioritariamente de negócios, e não turismo. Quem vem a negócios não dá tanta importância para práticas ambientais, na visão dos hotéis”, explicou.
O estudo já tem aproximadamente três anos. Felipe e o professor orientador do Mestrado e Doutorado em Administração, Dr. Sérgio Gomes, começaram a estudar aspectos relacionados ao meio ambiente, por entender que essa é a vocação da Amazônia. A temática da hotelaria surgiu a partir de uma participação de um grupo de pesquisa em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas que estuda essa área. “A pesquisa mostra que, baseado nas teorias e no que ocorre em outros países, investir em práticas ambientais traz benefícios a longo prazo por criar uma imagem positiva do hotel perante a sociedade e seus clientes. O que observamos por aqui é que os hotéis independentes têm mais liberdade, mas menos recursos para implementar práticas ambientais, enquanto os hotéis da cadeia são encorajados, ou forçados, a seguir as práticas”, afirmou o pesquisador.
Apesar de não concluído, a pesquisa já mostra que a principal discussão é que a região amazônica ainda não assumiu o devido protagonismo nesse aspecto ambiental no caso da hotelaria. “Estamos ainda atrás de outros países da Europa que não possuem o mesmo apelo ambiental da região amazônica. Os resultados já foram apresentados para o SHORES - Sindicato de Hotéis e Restaurantes de Belém e Ananindeua e também na Feira Pará Negócios 2018”, falou Felipe.
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