Diversas literaturas e mídias, já há tempos, nos mostram as tantas vantagens de podermos ser considerados “indivíduos fisicamente ativos” em oposição ao sedentarismo. Mas, recentemente, somos bombardeados a todo momento pela informação de quais são sintomas da COVID-19, doença causada pelo novo Coronavírus. Quando comparamos as duas informações, logo se percebe uma oposição entre os benefícios da atividade física e os sintomas deste vírus, e, aqui, vamos traçar esse embate com base nos sintomas da doença: O paciente com COVID-19 pode apresentar sintomas como febre, dor no corpo, sensação de cansaço, insuficiência respiratória e baixa oxigenação do organismo.
Analisando ponto a ponto, podemos dizer que exercícios de intensidades maiores, em especial com alta exigência de força ou flexibilidade, geram micro lesões nas fibras musculares, que podem ocasionar respostas inflamatórias e, consequentemente, febre, mas um organismo treinado vai se acostumando a isso. Além do descrito acima, treinamentos mais voltados à resistência, ou em níveis de exigência mais baixos, ainda estão sujeitos ao pensamento amplamente difundido entre quem treina de “no pain, no gain”, ou, numa tradução livre, “sem dor, sem ganhos”. Portanto, lidar e curar as dores do corpo é um processo extremamente natural para indivíduos treinados.
Mas a vida de quem treina frequentemente não é só um ciclo constante de dor e resultado, vemos também que durante o exercício se libera endorfina, um hormônio do prazer, além de obter sensação de facilidade para realização de atividades cotidianas, sem falar na melhor qualidade do sono. De um ponto de vista mais técnico, pode se afirmar, ainda, que indivíduos treinados têm benefícios como o aumento da quantidade, em até 120%, e do tamanho, em aproximadamente 40%, das organelas responsáveis por boa parte da respiração celular, além de aumento do nível de atividade ou concentração das enzimas implicadas no processo.
Os benefícios não param por aí, a principal função do sangue é o transporte de nutrientes e o oxigênio, e, talvez, o mais importante deles, o indivíduo treinado pode ter um melhor funcionamento do coração, somado a cerca de 25% mais sangue, sendo este sangue 24% mais carregado de hemoglobina, que é responsável pelo transporte do oxigênio. Todos esses benefícios sem falar do amplo ganho ao sistema imunológico garantido pela prática regular de exercícios, em especial em baixa e média intensidade.
Diante de tudo isso, deve ficar clara a relação direta entre os benefícios da prática regular e bem orientada do exercício físico e os sintomas da Covid-19, sendo esta uma ação a ser incentivada, seguindo os critérios de segurança no que diz respeito ao isolamento social e também à prescrição adequada por um profissional de Educação Física.
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