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Curta "Pretas", vencedor do Osga 2016, é selecionado para festival na França

A trama da história se baseia na luta de uma mãe negra contra o preconceito
Assessoria de Comunicação Por: 06/02/2017 - 13:52
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Em “Pretas”, conhecemos a história de Abigail, uma pugilista que luta para criar a filha Maria Felipa

Por: Debb Cabral

O piloto da websérie “Pretas”, grande vencedor da 13ª edição do Festival Osga de Vídeos Universitários da UNAMA, foi selecionado para o 39º Festival du court métrage de Clermont-Ferrand, na França, um dos maiores festivais de cinema do mundo. O filme, dirigido por Lucas Moraga, estará no estande brasileiro, destinado a curtas-metragens produzidos em universidades e escolas de cinema e audiovisual brasileiras. A exposição dos trabalhos é fruto de uma parceria entre Forcine e Kinoforum, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores. O festival vai até o dia 11 de fevereiro. 

Em “Pretas”, conhecemos a história de Abigail, uma pugilista que luta para criar a filha Maria Felipa em meio ao caos de uma sociedade que não perdoa a cor e os sonhos de uma criança. Racismo, quebra de estereótipos, representatividade e emponderamento estão na base dessa trama. Quando questionado sobre os lugares que o piloto da websérie vem alcançando, Lucas explicou que desde a concepção do projeto, a proposta era alçar altos vôos. “Sempre tivemos a certeza de que estávamos fazendo um trabalho que não ficaria apenas na nossa cidade, mas não imaginava que dentro de tão pouco tempo pudéssemos ter oportunidades tão incríveis e isso nos motiva a querer prosseguir em busca de vôos ainda mais altos. Estamos muito contentes”, explica.  

A reação ante a notícia da seleção no festival francês foi um misto de sensações. “O Festival de Clermont Ferrand é o maior da França e a partir disso teremos uma visibilidade ainda maior. E estar no estande brasileiro do festival nos deixou imensamente realizados”, comentou.  

O preconceito contra os negros no Brasil é um tema atual. “Pretas” é a denuncia e o grito das pessoas que são diariamente silenciadas e tidas como invisíveis. “Sempre me incomodou o fato de nunca me ver representado nas telas do cinema e isso se ramifica em diversos setores no que tange o audiovisual. O grito pela representatividade é a própria denúncia contra toda uma ideologia de estética padrão que necessita urgentemente ser quebrada. As mulheres negras no cinema não chegam a somar 3% e isso é muito preocupante. Então fazer uma websérie com a temática inteira voltada para elas é um desafio gigante, mas que encaramos com muito respeito e força para que elas sejam devidamente representada e tenham seus locais de fala respeitados”, refletiu.  

No Osga 2016, o piloto foi o grande vencedor da noite, levando os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção (Lucas Moraga), Melhor Atriz (Rosilene Alves), Melhor Edição (André Negreiros e Lucas Moraga), Melhor Produção (Izabella Reis) e Melhor Figurino (Lanna Celli e Lucas Moraga). Em janeiro de 2017 também conquistou o prêmio de “Melhor Episódio Piloto” no 1° Festival da Freguesia do Ó, em São Paulo. 

Quando questionado sobre os projetos futuros, Lucas pretende não parar.  “Vamos dar continuidade ao projeto, afinal este foi apenas o piloto de uma websérie. Então mais episódios estão por vir com mais pretas com suas histórias mostrando que ainda tem muito para ser contado. E, logicamente, vamos continuar inscrevendo o episódio piloto em festivais e editais que tragam o reconhecimento e a visibilidade que necessitamos para alavancar ainda mais o projeto”. 

 O curta “Pretas” pode ser visto no canal da produtora Invisível Filmes no YouTube.

 

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