
Belém é uma capital com grandes parques zoobotânicos que abrigam uma enorme variedade de animais silvestres. A influência urbana nesses espaços gera consequências no bem-estar animal e servem como base de estudo e discussões entre profissionais da área. Os especialistas afirmam que a urbanização afeta diretamente a qualidade de vida dos animais que habitam próximo às áreas aonde o processo de urbanização chega.
De acordo com a professora do curso de Medicina Veterinária, Ellen Eguchi, a presença do bioma de qualquer esfera para animais silvestres é imprescindível para uma vida longa e de qualidade. “Alguns problemas como o desenvolvimento de doenças pulmonares, atropelamentos, são alguns dos fatores que a urbanização afeta na vida desses animais, por exemplo, já que aqui na capital os parques zoobotânicos são no centro da cidade. Eletrocussão e alimentação inadequada por parte da população ranqueiam a lista de problemas”, analisou.
Os animais habitantes dos parques zoobotânicos são quase que na totalidade pertencentes ao bioma amazônico, adaptados a esse clima quente e úmido e diferentes dos bichos exóticos que habitam os zoológicos no Brasil, segundo a professora. “Estruturalmente, os dois parques antigos de Belém apresentam diferenças com relação à proposta dos órgãos competentes, porém estão em adaptação e mudança para os novos padrões requeridos, já que a legislação vigente é mais nova que as estruturas dos parques. Além disso, falando em números, a qualidade de vida no que diz respeito a bem-estar está adequada, sim, visto que a taxa de natalidade e longevidade dos animais habitantes está nos conformes para mais, inclusive. O Bosque Rodrigues Alves tem o peixe boi mais antigo em cativeiro do mundo, com mais de 60 anos, quando a média de vida chega a apenas cinquenta”, afirmou a professora.
Para Ellen, um ambiente mais agradável para o animal, seja zoológico ou Zoobotânico, é o enriquecimento ambiental. “Existem cinco tipos: alimentar, social, cognitivo, sensorial e físico. Todos eles visam a mesma coisa: diminuir estresse e tempo de ócio, além de aproximar o animal em questão ao habitat e hábitos de como se ele fosse de vida livre. Inclusive, estou orientando um trabalho nesse sentido no Bosque. É uma ferramenta muito eficaz no que diz respeito a qualidade de vida dos animais”, destacou.
A professora afirma que os animais que estejam apresentando comportamentos de automutilação principalmente, além de comportamentos repetitivos que caracterizam o estresse podem ser considerados tipos de interferência na vida desses animais e a recomendação é o acompanhamento de um profissional para as medidas terapêuticas tanto medicamentosas como de conduta do proprietário.
Essa e outras discussões são temas que fazem parte da programação do Congresso Multidisciplinar de Saúde, promovido pela Universidade da Amazônia (UNAMA) e Grupo Ser Educacional. O tema central da conferência é “A humanização em saúde: desafios e os novos cenários”. A abertura contará com a presença do reitor da Instituição, Dr. Janguiê Diniz, no dia 26 de abril, às 19h, no Hangar Centro de Convenções. Saiba como participar do evento neste link.
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