Escrito por: Maya Santos
Considerado mundialmente como um dos grandes nomes da luta contra a opressão racial, Nelson Rolihlahla Mandela, nasceu em uma família da aristocracia nativa da África do Sul, em 1918. Neste dia 18 de julho, é celebrado o aniversário do ex-presidente da África do Sul, que atuou contra o racismo e se tornou um símbolo da luta por direitos igualitários.
Também conhecido como Madiba, sua formação intelectual foi influenciada, tanto pela herança cultural europeia, quanto pela africana. Na década de 1940, passou a atuar no Congresso Nacional Africano (CNA), partido político sul-africano que lutava pelos direitos das pessoas negras no país e contra a política segregacionista do apartheid. Em decorrência disso, foi preso e mantido em cárcere por 27 anos.
Apartheid
Um dos períodos mais marcantes da história, o Aparttheid foi a consolidação institucional, através da legislação, de uma prática de separação entre brancos de origem europeia e negros do continente africano, que ocorria desde o processo de colonização da região. Esse regime consolidou-se após a Segunda Guerra Mundial, quando o Partido Nacional Africânder chegou ao poder.
O apartheid consistia em impedir que os negros frequentassem os mesmos espaços públicos que os brancos, negando até mesmo, os meios de subexistência, não autorizando acesso da maior parte das terras cultiváveis do país, nem tampouco, as riquezas naturais.
Nas cidades, as pessoas eram obrigadas a portarem credenciais que garantiam ou não a deslocação pelo espaço urbano. Caso um negro não estivesse de posse de uma dessas credenciais ou fosse pego pelas forças policiais em locais proibidos, ele estava sujeito a ser encarcerado. Foi nessa época que aconteceu o Massacre de Shaperville (1960), ataque responsável por cerca de 69 mortes. O fato ocorreu durante as manifestações contra a obrigatoriedade do porte de cartões de identificação.
Impacto de Mandela na luta antirracista
Atuante na militância política desde a juventude, Mandela defendeu uma resistência pacífica e a desobediência civil contra o regime do apartheid, como burlar as leis que separavam negros e brancos em espaços públicos.
No entanto, a intensidade da repressão contra a população negra, as várias prisões, o banimento de Mandela do CNA (1961), além do massacre em Shaperville (1960), fizeram com que ele e seus companheiros mudassem a tática de luta política. Nesse mesmo ano, foi criado um grupo armado dentro do CNA.
A luta armada consistiu em ações contra instalações públicas, mas também causou uma violenta reação das forças governamentais. Diversos militantes do CNA foram presos, dentre eles Nelson Mandela, que foi condenado à prisão perpétua, em 1964.
Todas as memórias de Mandela, ao longo do período em que foi mantido preso, foram registradas em cadernos e calendários, apesar da rígida censura que vigorava nas penitenciárias pelas quais passou, dentre elas uma localizada nas Ilhas Robben. A partir da década de 1980, as pressões internacionais tornaram-se mais intensas e o cenário econômico e político da África do Sul ficava cada vez pior. O apartheid só chegou ao fim em 1990, através de um plebiscito.
Após anos como prisioneiro, Mandela tornou-se um símbolo ainda mais forte de resistência, da sabedoria e da luta por igualdade, que influenciou e ainda influencia gerações. Um dos pontos altos da sua trajetória foi quando se tornou presidente da África do Sul em 1994, na primeira eleição aberta para a população negra, Mandela se tornou presidente do país, sendo o primeiro eleito democraticamente.
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