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Os desafios das mulheres

Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Reitor da UNAMA – Universidade da Amazônia – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com
Assessoria de Comunicação Por: 08/03/2017 - 10:08 - Atualizado em: 09/03/2017 - 09:37
Imagem mostra Janguiê Diniz em ambiente de trabalho
Para mudar esse cenário de desigualdade, é preciso promover uma mudança cultural na sociedade
No dia 08 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. A data foi escolhida como marco das reivindicações das mulheres por melhores condições de trabalho e dos direitos sociais e políticos. De fato, muita coisa mudou desde então, mas, as mulheres ainda estão longe de dizer que há igualdade entre os sexos.
 
Há inúmeros desafios para atingirmos a igualdade entre homens e mulheres. Na política, por exemplo, a maioria dos cargos é ocupado apenas  por homens. Nas eleições municipais de 2016, o percentual geral de mulheres que disputaram  cargos eletivos chegou a ultrapassar 30%. Isso significa dizer que a cada 10 candidatos que disputaram as eleições em 2016, apenas 3 eram  mulheres.
 
As 641 mulheres eleitas ao cargo de prefeita nas eleições municipais 2016 representam 11,57% do total de prefeitos no Brasil. O número apresentou queda em relação ao pleito de 2012, quando elas somavam 659 prefeitas eleitas, o que correspondia a 11,84% do total. Apenas 9,9% dos cargos da Câmara dos Deputados e 5% do Senado são ocupados por mulheres. Estes números são desproporcionais ao total da população brasileira, que possui 51% de mulheres.
 
Segundo o documento “Mulheres no Parlamento: Revisão Anual”, publicado em 2016 e elaborado pela União Interparlamentar (IPU), em uma lista de 193 países, o Brasil ocupa a 155ª posição em representatividade feminina no Legislativo.  Vale ressaltar, também, que em 27 unidades federativas, há apenas uma mulher como governadora. Na comparação com a situação mundial, o Brasil tem uma das piores taxas de presença de mulheres do Congresso Nacional.
 
Ser mulher no mercado de trabalho brasileiro também não é fácil. Em média, no mundo, o salário das mulheres é 24% menor que o dos homens. No Brasil, o salário das mulheres equivale a 72,3% do salário dos homens, isso de acordo com a última pesquisa da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O nosso país está  em 124º lugar, entre 142 países, no ranking de igualdade de salários. É o penúltimo das Américas, ficando à frente apenas do Chile.
 
Nas 500 maiores empresas do Brasil, menos de 14% dos cargos de diretoria são ocupados por mulheres. Infelizmente, esses números não são restritos ao Brasil. Em 40% das empresas do G7, os países mais ricos do planeta, não há mulheres em cargos de liderança e nessas economias, apenas 22% dos cargos seniores das empresas são ocupados por mulheres.
 
Reconhecer que existe uma discrepância é o primeiro passo para entender onde está a disparidade. O relatório do Fórum Econômico Mundial afirma que a igualdade de gêneros só será possível em 2095 e que a disparidade, quando se trata de participação econômica e oportunidades para as mulheres, gira em torno de 60%.
 
Para mudar esse cenário é preciso, em primeiro lugar, promover uma mudança cultural na sociedade como um todo e, mais uma vez, a educação é a chave principal para que isso aconteça. É preciso ressaltar o protagonismo da mulher. Não há outra maneira de conseguirmos alcançar a igualdade de gêneros se não mudando a noção que existe entre as competências das mulheres e o seu papel na sociedade. Afinal, em mais de 40% dos lares brasileiros, as mulheres são as chefes da família.
 
Temos que deixar de sermos machistas e reconhecer a necessidade de um maior empoderamento das mulheres em todas as áreas da sociedade brasileira, principalmente, no mercado de trabalho, afinal,  a busca  pela igualdade de gênero, defendida pela mulheres brasileiras,  é um direito constitucional. Basta ver que entre as 1.000 maiores empresas dos EUA, as que são dirigidas por mulheres deram um retorno médio de 339% entre 2002 e 2014, de acordo com a pesquisa da plataforma de negociação Quantopian, com sede em Boston.
 

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