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Mulheres na Engenharia: Conheça a história de uma profissional que inspira outras mulheres a seguir pelo caminho da engenharia

Por: 21/06/2022 - 12:38 - Atualizado em: 23/06/2022 - 08:00
Foto: Flickr

Por Lara Tôrres

O primeiro curso formal de engenharia no Brasil foi inaugurado em 17 de dezembro de 1792, data de criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, no Rio de Janeiro.  

Mais de 100 anos depois, em 1917, Edwiges Maria Becker Hom’meil tornou-se a primeira engenheira do país, formada pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro. As estatísticas nos mostram que houve avanço social no sentido de reduzir o preconceito contra as mulheres nas engenharias, mas ainda estamos muito distantes da paridade de gênero. 

Dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) - divulgados em fevereiro de 2022 - mostram que quase 19% dos profissionais ativos no sistema são mulheres. Ou seja, em um universo de 982.158 pessoas inscritas, 184.881 são do sexo feminino.  

Para acabar com a discriminação e alcançar um patamar de igualdade o caminho é longo, mas tem sido trilhado por muitas mulheres que não deixam seus sonhos de lado, apesar dos desafios impostos pelo machismo no âmbito de suas profissões. 

Neste 23 de junho, Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, conheça Luana Santana, mestra em Engenharia Química e professora dos cursos de Engenharia da UNAMA, que nos contou como é ser uma mulher em um meio majoritariamente hostil como, infelizmente, ainda é a engenharia. Confira:

 

UNAMA - Como você decidiu seguir carreira na engenharia?

Prof. Luana: Eu sempre tive maior afinidade com a área de exatas, então, realizei pesquisas sobre as profissões dessa área e percebi que a Engenharia era uma excelente opção ao meu perfil. 

Então, inicie um novo filtro porque já haviam várias ramificações e busquei tudo o que poderia sobre cada Engenharia, falei com profissionais, pesquisa de internet e revistas especializadas.


UNAMA - Quais foram os maiores desafios que você enfrentou nos ambientes acadêmico e profissional? 

Prof. Luana - Os desafios estão relacionados ao julgamento da competência na engenheira nesses ambientes. Muitas vezes isso é demonstrado até pelos colegas. Atualmente sou docente e já senti resistência de turmas majoritariamente masculinas em seguir meus ensinamentos ou instruções durante as aulas, e “testes”, perguntas realizadas para medir meu nível de conhecimento. 

 

UNAMA - Ser mulher dificultou as coisas?

Prof. Luana - No meu caso, não. Mas para outras engenharias, ser mulher ainda traz certas diferenças nas diversas áreas de atuação, infelizmente. 

Ainda hoje temos diferenças salariais entre os gêneros. Para tentar se equiparar ao salário de um engenheiro, a engenheira deve ter vários cursos de aperfeiçoamento para aumentar sua credibilidade no mercado ou em sua avaliação em um processo de seleção, por exemplo. Percebo que as mulheres geralmente precisam assumir uma postura de autoridade diante o público para conquistar o lugar de respeito e confiança.

 

UNAMA - Você considera que a engenharia seja uma área hostil às mulheres?

Prof. Luana - Em algumas áreas, devido à presença histórica das mulheres, tais situações são exceções. Mesmo assim ainda não é o ideal, pois ainda hoje podemos relatar casos de hostilidade às mulheres, de assédio moral e sexual, por exemplo, relacionada ao julgamento pela idade. 

Alguém muito jovem não é considerada competente, enquanto uma engenheira com mais idade não á absorvida pelo mercado, pois se considera que não poderá contribuir como esperado na rotina exigente dos canteiros de obra ou em fábricas, por exemplo.

 

UNAMA - Que conselhos daria a jovens que pensam em ser engenheiras?  

Prof. Luana - Primeiro, conhecer suas afinidades e desejos para escolher área da Engenharia em que ela possa atuar da melhor maneira possível. 

Em segundo lugar, apesar das questões relatadas, estamos sempre em busca de melhorias. Esses problemas só serão sanados se tivermos mais mulheres dispostas a enfrentar desafios, ocupando cargos de liderança e contribuindo para a nossa sociedade como inspiração profissional. 

 

UNAMA - Quais ações da UNAMA você destacaria como positivas para a valorização das mulheres nas engenharias?

Prof. Luana - As coordenações dos cursos reativaram a Empresa Júnior de Engenharia e Arquitetura UNAMA-Belém onde temos várias Engenheiras em formação, aprendendo como atuar tecnicamente lidando com atribuições de tarefas, cumprimento de prazos e relações interpessoais e vários outros fatores que faze parte da rotina de gestão de uma empresa. Inclusive, eu fui nomeada a Diretora Geral da Empresa Júnior e essa função é reflexo da confiança, valorização e credibilidade de meu trabalho na qualificação discente.

Você, mulher que sonha com um curso na área das engenharias, anime-se para tornar o mercado de trabalho um lugar mais inclusivo fazendo sua matrícula na UNAMA!

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