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Estratégia adaptativa que permite sobrevivência na floresta

No alto das copas das árvores da Amazônia vive a preguiça, mamífero mais lento do planeta
Assessoria de Comunicação Por: Lana Mota 17/06/2020 - 09:52 - Atualizado em: 21/06/2020 - 09:55
Imagem mostra preguiça em árvore
ZOOUNAMA recupera preguiças apreendidas no tráfico
Pertencente ao reino animalia e à classe mammalia, as preguiças são animais solitários, arborícolas, e são classificadas em dois gêneros: Bradypus e Choloepus, preguiças de três e dois dedos (unhas) nas patas dianteiras, respectivamente. Apresentam o corpo coberto de pelos e, por possuir a temperatura corpórea variando de 27 a 35°C, são considerados homeotérmicos (que mantem a temperatura constante) imperfeitos.
 
Diferentemente da maioria dos mamíferos, o bicho preguiça apresenta baixo metabolismo orgânico, fazendo com que ocorram processos funcionais notadamente lentos, como digestão, respiração, locomoção e reprodução. Ao contrário do que se pensa, a lentidão atribuída às preguiças nada mais é do que uma estratégia adaptativa que permite a sobrevivência das espécies viventes atuais. Uma lenta locomoção pelo interior das copas das árvores permite reduzir drasticamente a possibilidade de ser fonte de alimento dos seus predadores naturais (onças, cobras e gaviões).
 
Em Santarém, no oeste do Pará, o ZOOUNAMA – Zoológico da Universidade da Amazônia, vem recuperando esta espécie que chega ainda filhote, muitas vezes com ferimentos ou traumas. Por causa do baixo metabolismo, a recuperação é lenta, e esta tem a ver com a características fisiológicas e anatômicas do animal.
 
“Somente os Órgãos Ambientais e Corpo de Bombeiro podem conduzir estes animais até o zoológico. Mas é importante destacarmos que, quando os mamíferos chegam, passam por uma avaliação clínica e, se estiverem clinicamente bem, são soltos na área de 149 hectares de floresta secundária, onde o jardim zoológico está inserido. Porém, os que chegam feridos ou com sequelas, passam por um longo período de recuperação, podendo obter sucesso ou não. Os que conseguem uma boa recuperação, com o decorrer do tratamento, são encaminhados a uma soltura na Floresta Nacional do Tapajós (Flona)”, destaca o médico veterinário do ZOOUNAMA, Jairo Moura.
 
É importante ressaltar que, além do desmatamento desenfreado, o comércio ilegal é responsável pela diminuição destes animais ao longo dos anos. As formas de captura na natureza, transporte e a própria manutenção dos espécimes durante o processo são fatores que conduzem a uma alta taxa de mortalidade, até porque, para cada animal comprado, vários outros morrem por não suportarem as condições precárias a que são submetidas.
 

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