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Entenda os riscos e danos do cigarro eletrônico

Confira o que diz a professora da UNAMA e enfermeira, Adriana Sá
Por: 29/08/2022 - 16:09
Freepik
Escrito por: Thaynara Andrade
 
De acordo com o relatório Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), 1 em cada 5 jovens na faixa etária dos 18 a 24 anos faz, de forma frequente ou eventual, uso de dispositivos eletrônicos de fumo no Brasil, o que chega a 19,7% da população.
 
Isso se deve pela popularidade que esse dispositivo ganhou ao serem divulgadas informações falsas de que ele seria uma alternativa menos danosa em relação ao cigarro comum e que poderia até mesmo ajudar no enfrentamento do vício na nicotina.
 
Contudo, com a alta de pessoas que apresentaram mal-estar, doenças e até mesmo faleceram ao usar o cigarro eletrônico, os profissionais de saúde se voltaram para a divulgação de informações verdadeiras sobre o seu efeito no organismo humano. A enfermeira e professora Adriana Sá explica sobre o perigo do seu uso:
 
Popularidade entre os mais jovens
 
De acordo com Adriana, a imagem moderna criada em cima desse cigarro atrai os mais jovens. “Apesar de ser algo recente, já é um consenso que nós podemos estar diante de uma nova epidemia, causada por um produto que atrai principalmente jovens, porque muitos deles são dotados de sabores diferentes, morango, menta, que pode se tornar um atrativo para esse público.”
 
A docente explicou um pouco sobre esse dispositivo, “Os cigarros eletrônicos também são denominados devs, vaps ou pen drive. Esses dispositivos de funcionamento mecânico eletrônico são alimentados por bateria e exalam um aerosol que contém nicotina, entre outras substâncias, e essa composição de nicotina como sabemos é um risco à saúde e principalmente é uma substância que causa dependência.”
 
Informações falsas sobre o cigarro eletrônico
 
Provavelmente, um dos fatores que mais incentivou a popularização dos cigarros eletrônicos foi a divulgação de que dispositivos semelhantes ao cigarro e sem nicotina podem ajudar a superar o vício do fumo. A professora da UNAMA desmente essa informação: 
 
“Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o cigarro eletrônico não ajuda as pessoas a deixarem de fumar cigarro comuns, porque ainda se tem o entendimento errado de que se exala apenas o vapor de água, porém, ele possui, sim, outras substâncias tão tóxicas e perigosas quanto o cigarro comum, o que não traz nenhum benefício.", afirma.
 
Ainda de acordo com Adriana, este dispositivo é tão viciante quanto o cigarro comum. “Ele aumenta em três vezes a chance do usuário começar a fumar outros cigarros, ou seja, além de ser um mito acreditar que ele ajuda nesse processo de deixar de fumar o cigarro comum, ele ainda pode ser um incentivo para que esse indivíduo experimente pela primeira vez e comece a fumar os dois de forma concomitante.”
 
Substâncias do cigarro eletrônico
A enfermeira alerta sobre o risco do uso do cigarro eletrônico. “Ele contém nicotina que é uma droga que leva à dependência, contém mais outras 80 substâncias químicas, incluindo elementos que são capazes de causar câncer. O uso da nicotina aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares como trombose, acidente vascular encefálico, aumento da pressão arterial e até mesmo o infarto agudo do miocárdio."
 
Danos à saúde 
 
Os danos causados pelo cigarro eletrônico são diversos, com consequências mais recorrentes no sistema respiratório. “Além do mais, está cada vez mais recorrente o atendimento de pessoas que estão evoluindo com quadros mais agudos como infiltrados pulmonares e de insuficiência respiratória. Em relação a doenças crônicas, ainda é possível que esses indivíduos tenham complicações como enfisema pulmonar, embolia e câncer.”, informa a docente.
 
Ela destaca os danos causados nos mais jovens, “Temos registrado muitos casos de hospitalização de jovens, denotando que mesmo as pessoas que possuem um sistema imune mais robusto, adoecem por condições agudas por uso desses dispositivos. Já sabemos que algumas reações entre os seus componentes produzem uma espécie de pneumonia de lipóide, ou seja, um depósito anormal de gordura nos alvéolos, que é a nossa unidade respiratória, fazendo com que o indivíduo tenha um impedimento na sua respiração normal.”

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