Para muitas pessoas as redes sociais são como uma válvula de escape. O espaço para falar de suas dores, seus amores e suas frustrações. Há também os que utilizam para agredir, difamar e colocar para fora aspectos mais sombrios de suas personalidades. No entanto é necessário um equilíbrio e certa parcimônia na hora de digitar um desabafo, sobretudo quando este envolve aspectos profissionais e a imagem da empresa em que trabalha.
Uma postagem realizada de maneira impensada pode acarretar demissão em alguns casos. O artigo 482 da CLT, nos itens “L ” e “K”, trata de agressões à honra e a boa fama de colegas e empregadores como causas para desligamentos por justa causa:
L - ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
K - ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
A legislação, apesar de ter sido criada para o ambiente físico, pode ser aplicada por empresas por comportamentos em ambientes digitais, visto que a vida hoje é quase 100% online. Falar mal de um chefe ou criticar um companheiro em uma rede social, com outras pessoas da mesma empresa, pode levar ao constrangimento coletivo e prejudicar o andamento e a qualidade do serviço prestado por todos os envolvidos. “Além de poder rescindir o contrato (justa causa), o empregador que sofrer alguma difamação, poderá recorrer a um inquérito policial e registrar junto a delegacia movendo um processo também”, explica a Psicóloga Organizacional e Coordenadora de Recursos Humanos, Mônica Andrada.
De acordo com a profissional o ideal é ser ético em todas as ocasiões. E sabe aquele assunto polêmico que pode gerar uma repercussão? O conselho de Mônica Andrada é fugir da tentação de postar ou comentar em postagens alheias, além de não cair na armadilha de falar mal das pessoas que dividem o mesmo ambiente de trabalho no status e legenda de fotos, por exemplo.
Mesmo que não se tenha o chefe adicionado ou na lista de melhores amigos, ninguém está imune aos prints e os contatos em comum. O caminho é buscar entender como a companhia em que está inserido trata do tema e a posição dos superiores em relação à utilização da internet. “Os gestores e empresa podem contribuir de forma positiva com os funcionários no que se refere ao uso das redes sociais. Caso a empresa, tenha um código de ética, bem elaborado e definido, podem interferir no uso das informações”, diz Andrada.
Confira algumas dicas dadas pela coordenadora de RH, Mônica Andrada, para evitar uma demissão por uso errado das redes sociais:
Não comente!
“Jamais postar comentários negativos sobre o trabalho ou a empresa e em hipótese alguma, comentar questões privadas/particulares da empresa”.
Separar perfil pessoal do perfil profissional
“O primeiro passo deve ser a cautela para não expor demais a sua vida, de uma maneira geral”.
Respeitar opiniões diferentes!
Não compartilhar informações de outras pessoas, sem autorização das mesmas
Importante pensar antes de postar!
“O mais importante, postar apenas assuntos que sejam pertinentes à sua vida pessoal sem fazer menção em hipótese alguma a empresa”, conclui a especialista de recursos humanos.
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