O termo“brechó” tem origem curiosa: teria surgido da loja de um mascate chamado Belchior, que vendia produtos de segunda mão no Rio de Janeiro. O lugar ficou tão famoso que o público passou a fazer adaptações do nome, Belchior acabou se tornando “Brechó” na boca do povo. A partir daí, todos os outros locais de vendas de produtos usados, principalmente roupas, sapatos e artigos de decoração, ganharam esse nome. Com a modernização da sociedade e o advento da internet, porém, eles continuam a resistir utilizando a internet como aliada.

O brechó Seis Marias, do Recife, é um dos que se utiliza do Instagram para fazer suas vendas. Hoje, tem quase 700 seguidores. “A rede social é fundamental porque o brechó é online. Foi através do Instagram que a gente teve essa facilidade de tirar uma foto, postar ali e ali mesmo entrar em contato com o cliente, marcar hora de entrega e local”, afirma Larissa Maria, uma das proprietárias do brechó.

A rede social é gerida por seis mulheres da mesma família, de idades e estilos bem diferentes. Elas não delimitam público alvo porque acreditam que todas as pessoas têm direito de acesso à moda. Nas roupas que não usavam mais, enxergaram a oportunidade de fazer com que outras pessoas pudessem ter itens de marca com preços diferenciados, que não ultrapassassem os R$ 50,00. Para conhecer a loja basta acessar @seismariasbrecho, no Instagram.

Um outro perfil que surgiu há 6 meses e gira em torno da comercialização de roupas usadas é o Brechó da Torre. Organizado por três mulheres, que além de venderem peças próprias, reúnem produtos de amigas e cobram uma porcentagem pelas vendas. No caso dessa loja, as roupas são de grifes famosas e, na maioria das vezes, saem por bem menos da metade do preço.

“A gente via que não tinha necessidade de pagar R$ 400 reais em um vestido que eu poderia reaproveitar de outra pessoa por menos de R$ 100, então a consciência da gente pesou muito por isso. Poder reaproveitar uma peça muito cara, poder usar e passar para outra pessoa.” É o que diz Mariana Chacon, uma das donas do brechó, que também viu o negócio crescer rapidamente por conta da venda online. Elas disponibilizam também um número de telefone para negociações pelo Whatsapp. Quer saber mais sobre o Brechó da Torre? Basta visitar este link.

Um consumo consciente

Atualmente os brechós são os queridinhos de quem curte moda, mas também está preocupado com o consumo consciente. Peças, que muitas vezes são adquiridas para uma só ocasião, são revendidas nessa lojas por preços atrativos e além de gerarem renda para quem vende, ajuda a evitar o descarte ou inutilização de bons produtos.

“Por mais que o dono original tenha cansado de usar aquela peça, não significa que o objeto em si esteja desgastado para uso. Descartamos porque buscamos sempre o novo, a função do objeto permanece. No entanto, ela não representa mais a função de algo novo para nós porque estamos visualmente cansados. No momento que vai para um brechó. Pode ser novo para alguém”, ressalta a professora do curso Moda da Unama, Grazi Ribeiro.

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