Por Alessandra Fonseca e Camille Nascimento
Os debates sobre a rotina profissional da área da saúde deram início ao terceiro dia de programação do III Congresso Multidisciplinar de Saúde, promovido pela Universidade da Amazônia (UNAMA) neste sábado (28), no Hangar – Centro de Convenções. O professor Manoel de Christo foi um dos primeiros palestrantes a apresentar a conferência “Ativismo social e experiências exitosas no SUS: oficinas de trabalho para elaboração de propostas ativadoras de mudança” e explicou aos conferencistas como o profissional pode se tornar um protagonista social.
O docente explicou que o sujeito é ativo dentro de um contexto de política pública, e não somente passivo. “O profissional, dentro de um hospital ou unidade de saúde, não se enxerga como um executor de uma política eficiente de funcionamento. O profissional pode contribuir para efetivar o funcionamento e conceber aos usuários o acesso à saúde que lhes é de direito”, afirmou.
A “implantação das Práticas Integrativas e Complementares (PIC) nas redes de Atenção à Saúde”, com a enfermeira Idehize Furtado e a nutricionista Vanessa Carvalho, mostrou dados sobre as Práticas Integrativas no Brasil. “Apenas a região sudeste é a maior beneficiada por essa prática. A Ilha do Marajó, no Pará, por exemplo, sequer tem esse tipo de assistência. Em todo o país, 54% dos estados estão utilizando essa prática que pode ser uma forma de melhorar o atendimento dos pacientes”, informou a enfermeira.
O acolhimento não é apenas uma prática para tratar bem o indivíduo, destacou a terapeuta ocupacional Clévia Dantas, durante a palestra “Práticas humanizadas no contexto hospitalar”. “Você pode tratar muito bem o paciente e não curar a dor ou patologia dele. É preciso tratar a integralidade do ser humano, para que ele possa seguir a sua vida normalmente”, disse.
As palestras seguiram com temas sobre “Alimentação e nutrição adequada e saudável no ambiente escolar: Desafios na Amazônia Paraense”, com a nutricionista Nadia Fernandes; “Atração Multidisciplinar e Suporte Técnico ao Tri-Atleta”, com os professores Márcio Levy, Kanny Farias, Débora Melo e Erielson Bossini; e “Vivência Acadêmica e Saúde Mental”, com os professores e psicólogos Alex Miranda, Elizabeth Levy e Marcio Valente, todos no auditório I. O auditório II abordou temas como “O papel do farmacêutico na segurança do paciente”, com a professora Edina Menezes; e “O cuidado de quem cuida: atenção interdisciplinar para a saúde do aluno de graduação”, com as professoras Enise Najjar e Rosana Darwich.
A manhã seguiu a programação no auditório III com temas sobre “Humanização no parto e no aleitamento materno na primeira hora da vida”, com a nutricionista Naiza Nayla, a terapeuta ocupacional Gabriela Farias e a fonoaudióloga Débora Santos; “Assistencia de enfermagem humanizada frente aos programas de saúde na atenção básica”, com as professoras Nazaré Lima Margareth, Braun e Sarah Yasmin; “Arboviroses emergentes: o que precisamos saber sobre a Febre Amarela e a Febre Oropoce”, com o farmacêutico Eduardo Arruda; e a “Propostas de trabalho para o desenvolvimento de ações em educação alimentar e nutricional”, com a nutricionista Vanille Pessoa.
À tarde, temas como a humanização do parto, saúde íntima feminina e gastronomia no tratamento humanizado foram apresentados por profissionais das diferentes áreas da saúde. A fisioterapeuta e professora da UNAMA, Nazeth Araújo, esteve à frente da conferência “Ginástica íntima feminina”. Para ela, a iniciativa de trazer assuntos ainda considerados tabus é importante para a formação dos futuros profissionais. “Os cuidados com o assoalho pélvico são fundamentais para a saúde da mulher, porém, a maioria não tem conhecimento sobre esta estrutura pélvica, que atua na sustentação de órgãos e na melhoria da função sexual. Estou muito feliz com um público tão numeroso para esta palestra, eles serão multiplicadores das informações adquiridas aqui”, afirmou.
A enfermeira e professora da UNAMA, Lorena Saavedra, enfatizou a grande procura do público pelas palestras sobre parto humanizado. “No atual contexto do cenário obstétrico, é extremamente relevante falar sobre humanização, pois, ainda temos um índice elevado de mortalidade materna, devido às intervenções desnecessárias durante o parto”, explicou. O tema foi abordado sob diferentes aspectos, em conferências e minicursos do Congresso.
Os estudantes comemoram bastante a realização do Congresso de Saúde deste ano, devido à diversidade de temáticas. “Achei interessante priorizarem a questão da humanização, em diversos setores, seja no parto, em atendimentos psicológicos, em tratamento materno-infantil, entre outros que foram explanados aqui. Me senti contemplada como futura profissional”, disse a estudante Thaís Mesquita da Silva, do 7º semestre do curso de Fisioterapia da UNAMA.
As fotos são de Rayanne Bulhões.
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