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Apoio psicológico resgata autoestima de vítimas de violência

Rede de apoio pode ajudar a mulher restabelecer o sentimento de segurança
Assessoria de Comunicação Por: Rayanne Bulhões 17/08/2020 - 16:51 - Atualizado em: 17/08/2020 - 16:52
Apoio Psicológico
O meio familiar e os amigos podem ser elos que ajudam a identificar um possível abuso
Engana-se quem pensa que violência contra a mulher é só quando há agressão física. Antes do crime, é possível que a vítima tenha sofrido um dos quatro tipos de coerção. A psicológica, a moral, a sexual ou a patrimonial. Para todos os casos, o amparo psicológico é um dos pilares essenciais para o suporte da saúde mental e o restabelecimento das vítimas. 
 
Existem alguns indícios que sinalizam quando algo pode estar acontecendo com essa mulher. De acordo com a coordenadora do curso de psicologia da UNAMA - Universidade da Amazônia Parque Shopping, Michele Melo, ficar calada ou deixar de expressar as próprias emoções é uma delas. "Em alguns casos, em seu convívio social, elas mantêm um maior distanciamento e isolamento e evitam interagir com outras pessoas, quase sempre para não revelar seu sofrimento e receber críticas ou julgamentos. Pode revelar indiferença com sua aparência e desânimo para arrumar-se. No trabalho não é diferente. Tende a ausentar-se com maior frequência, por não haver vontade de fazer atividades que exijam concentração e maior empenho", disse a professora.    
 
Decidir o que vestir, restringir o que pode ou não fazer - o que inclui trabalho ou lazer - denegrir a imagem, manipular os encontros de familiares e/ou amigos, chantagear e controlar o dinheiro ou bens familiares. Esses são alguns dos tipos de violência que tira a independência e liberdade da mulher. Boa parte das vítimas não sabem que estão sendo coagidas e desconhecem os graus de abusividade do relacionamento.  
 
O meio familiar e os amigos podem ser esse elo que ajudam a identificar uma possível abusividade. "O suporte às vítimas pode acontecer de diversas formas. É extremamente importante o apoio psicossocial e afetivo das pessoas próximas a essa mulher e que não compactuam com o silêncio às agressões por ela sofridas. Existe uma rede de apoio - público e privado - que vai dar para essa mulher informações que garantam assistência social, jurídica, de segurança pública e saúde", lembra a gestora.  
 
A psicologia entra como um papel fundamental no atendimento a essas mulheres. "O acompanhamento psicológico poderá facilitar o desenvolvimento da consciência da autoestima e segurança dessa mulher. Os atendimentos podem ser individualizados ou em grupos, já que estimulam o reconhecimento e identificação grupal. O psicólogo é quem vai orientar para que estas compreendam, saibam identificar as violências e tenham caminhos para saber enfrentar - de forma mais segura - na preservação de seus direitos fundamentais e da saúde mental, essencial para seguir suas vidas", reforça.  
 
Atendimento à comunidade
 
A UNAMA possui uma clínica que presta atendimentos à comunidade por meio do plantão psicológico. O serviço é gratuito, com direito a duas sessões para o auxílio rápido à vítima. Paralelamente, como parte do projeto de extensão do curso de psicologia, há ainda um grupo de estudo de amparo a mulheres que sofreram algum tipo de agressão. O núcleo existe desde 2018. O grupo já ajudou mais de 100 mulheres, com atendimentos focado na escuta, aconselhamento e valorização da mulher.

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